A Animação Sócio Cultural
Segundo Úcar (1992: 109) citado por Trilla (1997: 177) a ASC como tecnologia social caracteriza-se por uma intervenção racional e sistematicamente planificada, resultado de um processo de reflexão sobre a realidade, que enquadra um contexto e opções ideológico-políticas vigentes e tenta responder eficazmente às necessidades e problemáticas concretas de um grupo social ou comunidade, através da articulação sistemática, num desenho tecnológico de conhecimentos científicos ministrados por diferentes ciências (psicologia, sociologia, comunicação, pedagogia, etc).A ASC é uma estratégia de intervenção que, trabalhando por um determinado modelo de desenvolvimento comunitário, tem como finalidades últimas promover a participação e dinamização social a partir dos processos de responsabilização dos indivíduos na gestão e direcção dos seus próprios recursos (Trilla, 1997: 297).
A ASC tem como função fazer circular todo o tipo de discurso cultural e gerar processos de participação de maneira mais ampla possível (Ander-Egg, 1999: 25).
Já ao animador cabe fazer a mediação entre a arte e o público e facilitar a divulgação dos bens culturais.
A ASC tem como função fazer circular todo o tipo de discurso cultural e gerar processos de participação de maneira mais ampla possível (Ander-Egg, 1999: 25).
Já ao animador cabe fazer a mediação entre a arte e o público e facilitar a divulgação dos bens culturais.
A Animação Sociocultural na Infância
“A animação infantil aproveita o potencial educativo do ócio para criar processos de desenvolvimento pessoal e social. Defende o valor da liberdade e não se preocupa em entreter ou distrair as crianças, ocupando os seus tempos livres com actividades educativas concebidas e conduzidas de forma restrita, nem também pretende servir-se dos tempos livres dos sujeitos para alcançar objectivos instrutivos (…) para a animação sociocultural na infância, as actividades não são um fim, mas um meio para o qual se conta atingir um objectivo último: educar no ócio.” (p.209 J.Trilla)
O fenómeno dos tempos livres, para a criança, apresenta-se sem dúvida, nos nossos dias, como um dos factos sociais de maior evidência, eles podem e devem ser um espaço e um tempo privilegiado para o desenvolvimento de actividades interactivas. Um tempo onde a criança possa expandir a sua imaginação e corporalidade, de preferência em situação de jogo, de aventura com o meio natural e em experiências com os amigos. Assim, somos hoje confrontados com o quadro crescente de motivações para práticas institucionalizadas que atraem as crianças, cada vez mais cedo, para a prática de determinadas actividades (entre elas destacamos as de cariz artístico: dança, música, pintura, teatro, entre outras).
A animação sociocultural na infância situa-se dentro do contexto das relações entre educação e tempos livres. A animação sociocultural na infância mantém, na sua forma de proceder, os princípios próprios que a animação sociocultural defende e só nos programas de intervenção, nas actividades e metodologias, se encontram processos específicos e diferenciais, fruto por um lado do ajustamento às características e necessidades dos grupos destinatários da sua acção, e por outro lado da estreita relação com a pedagogia do ócio.
Ao valorizar a criança como um ser humano com características diferentes do adulto e detentora de um modo próprio de se expressar, dever-se-á dar importância à arte infantil como meio de expressão e à sua qualidade estética, considerando-as tão válidas como outras formas de arte realizadas pelos adultos ao longo da história. As obras das crianças que indicam uma visão das coisas que lhes é própria, correspondendo assim, a um modo de expressão dos seus sentimentos, emoções e sensações.
A Animação Sociocultural na Juventude
“…há que considerar que o jovem é um cidadão em transição, cujo itinerário pode ser modificado, estimulado, alterado ou dificultado pelas condições em que se desenvolve.”p. 219 J.Trilla
" (...) Se falarmos de Animação Sociocultural para jovens, devem ser eles próprios a trabalharem com os jovens, para que aprendam e cresçam como pessoas conhecedoras da realidade, com uma visão crítica da mesma e sobretudo sentindo-se capazes de serem mentores da mudança social. (...). No mundo dos jovens estamos acostumados a ver o mesmo que no mundo dos adultos, quase tudo chega, sempre aos mesmos, outros ficam sem nada. Daí a necessidade de trabalhar com jovens em bairros marginalizados, no mundo rural (...). Estes jovens não consumidores de actividades, estão famintos de aprender, de se expressar e de que algum animador seja seu companheiro de caminhada no desenrolar da vida." p. 190-191 A.Afonso
Ao elaborarmos o projecto "Arte em Movimento", destinado a crianças e jovens, iremos proporcionar uma interacção de grupos e despertar o interesse dos jovens para as capacidades que as crianças possuem e da realidade em que estas se inserem, adquirindo assim novos conhecimentos para que futuramente os possam aplicar, quando iniciarem a sua actividade profissional (auxiliares acção educativa).
Neste contexto, a Animação Sociocultural deve ser democrática e liberal, quando falamos de Animação Sociocultural para jovens, eles devem trabalhar em conjunto para que haja uma aprendizagem e para que exista um conhecimento da realidade, com uma visão crítica e sentindo-se capazes de poderem contribuir para uma mudança social, juntamente com os movimentos de anti-globalização, outro modo de vida e outro mundo seja possível, com a Animação Sociocultural é possível.